segunda-feira, setembro 28, 2009

"Pensamos sempre encontrar a pessoa certa que encaixa, perfeitamente, nos nossos desenhos do futuro perfeito, mas descobrimos que existem muitas mais pessoas que iremos encontrar, também elas repletas dos seus sonhos e fantasias. Pouco a pouco aprendemos a usá-las para servir os nossos propósitos, tão inconscientemente, que as dizemos, de facto, amar!.. Triste!.. Inocentemente!.. Somos tão frágeis, por dentro, e tão fortes por fora que ao primeiro desencontro caímos, perdidos em lágrimas e choros, dores incontroláveis, com as quais não sabemos lidar. Somos crianças, sozinhas em corpos adultos!.. Frágeis! Pensamos dominar os dicionários dos sentimentos, pensamos saber o que é a razão, ao ponto de a afastarmos, claramente, da emoção. Lêmos, estudamos, procuramos e encontramos todas as respostas em livros, estudos, imagens, sons, palavras e silêncios. Tornamo-nos, a cada dia que passa, seres incrivelmente permeáveis, cultos, adaptáveis… Somos, na realidade, cada vez menos nossos e cada vez mais dos outros!.. Tornamo-nos propriedade do Mundo em que vivemos!.. Aceitamos as tristezas, as desilusões, as falhas, como algo adquirido, normal, suposto… Perdemos a vontade de nos questionarmos e de nos reprimir pelos erros cometidos e pelas atitudes de criança. Simplesmente nos deixámos levar, sem olhar para trás. Até que chegam os dias em que somos obrigados a abdicar daquilo que, em corpo de criança, sonhámos, até que chegam os dias em que somos obrigados a partir e a deixar para trás tanto, tanto mais do que sonhámos poder vir a ter… Percebemos, nesses dias, que já não somos crianças e de que o nosso mundo de fantasia não existe. Aprendemos que podemos chorar, mas que isso não nos vai fazer voltar. Aprendemos que os sentimentos e as emoções são algo que, simplesmente, podemos matar, ignorar. Apercebemo-nos do quão insensíveis acabamos por nos tornar…"

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